O primeiro dia do ano letivo na rede municipal de Duque de Caxias foi marcado por falta de profissionais de ensino, paralisação de professores e pela dispensa mais cedo de alunos em algumas escolas da cidade. O caso mais grave aconteceu na Escola Gandur Assed. Segundo o Sindicato dos Professores (Se
Estudantes em Caxias voltam mais cedo para casa por falta de professores
DUQUE DE CAXIAS - O primeiro dia do ano letivo na rede municipal de Duque de Caxias foi marcado por falta de profissionais de ensino, paralisação de professores e pela dispensa mais cedo de alunos em algumas escolas da cidade. O caso mais grave aconteceu na Escola Gandur Assed. Segundo o Sindicato dos Professores (Sepe), o colégio localizado na Favela Parque das Missões e que tem 613 alunos e 28 turmas contou na segunda-feira com o comparecimento de apenas uma professora na parte da manhã.
O EXTRA esteve em quatro escolas da cidade. Em duas delas, na Barão do Rio Branco, em Gramacho, e na Escola Municipal Professora Zilla Junger da Silva, no Bairro Centenário, alunos do segundo segmento do ensino fundamental revelaram ter sido dispensados uma hora antes do previsto por falta de professores. O problema assustou Ângela Amaral, de 31 anos. Mãe de Gustavo, de 11, que cursa o 6º ano, na Barão do Rio Branco, ela diz estar tentando uma vaga para o filho em uma unidade estadual.
— Meu filho chegou às 7h30 e teria de sair às 12h. Foi dispensado por volta das 11h20, porque alegaram falta de professores. Estou pedindo a Deus que consiga uma vaga para ele numa escola do Estado. Isso de sair cedo logo no primeiro dia de aula assusta. Tenho medo do ano letivo dele ficar prejudicado — desabafou Ângela.
Bruno Rodrigo, de 35, pai da menina Lorraine, de 13, também não gostou de saber que a filha teve que sair mais cedo da Barão do Rio Branco, no primeiro dia do ano letivo.
— Ela é do 7º ano. Ficamos preocupados. Sair mais cedo não é bom — disse.
No professora Zilla Junger, grupo de mães disse que os alunos do primeiro segmento tiveram aula normalmente. Já alguns estudantes do segundo segmento precisaram ser liberados mais cedo.
— Nosso horário de saída é ao meio-dia. Mas, neste primeiro dia, saímos às 11h mesmo — disse aluna do 9º ano.
Já na escola Carlota Machado, também no Bairro Centenário, pais de alunos informaram que o funcionamento foi normal e ninguém precisou ser dispensado mais cedo.
Greve discutida no dia 25
A paralisação dos professores de Duque de Caxias durou 24 horas. Uma assembleia decidiu pela realização de um novo encontro dos profissionais de ensino, no próximo dia 25, quando a deflagração de uma greve será discutida pela categoria.
Os professores reclamam, entre outras coisas, da falta de diálogo da prefeitura para repor aulas do ano letivo de 2018, perdidas por conta de uma greve e do pagamento em atraso da categoria.
— Não concordamos com a reposição de duas horas por turno. Isso prejudica o início do ano letivo de 2019. Ainda não recebemos janeiro. Parte dos aposentados não recebeu 13º e dezembro. Sem falar que janeiro também não saiu para os inativos — afirma Maria Cândida, diretora do Sepe Caxias.
Ainda segundo o Sepe, outro problema da rede é a falta de professores. O déficit é de 263 profissionais de ensino, segundo o sindicato.
— São professores que se aposentaram, faleceram ou pediram exoneração. Calculamos que 40% das escolas estejam sendo atingidas pela não reposição dos profissionais — disse a diretora.
Procurada, a Prefeitura de Caxias alegou ter tentado manter diálogo com o Sepe desde o início do governo Washington Reis, mas não obteve sucesso. E que o Sepe atualmente é um núcleo partidário. A assessoria do município informou que tem feito esforços para manter em dia os salários dos servidores da Educação. E que na segunda-feira receberam pagamento de janeiro os funcionários da Educação que ganham até R$ 2.158,93 líquidos.
COMENTÁRIOS