DUQUE DE CAXIAS - Com dois ou três meses de salários atrasados, servidores inativos de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estão p...
DUQUE DE CAXIAS - Com dois ou três meses de salários atrasados, servidores inativos de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estão precisando recorrer a rendas alternativas para se manter e conseguir pagar as contas básicas. É com o dinheiro dos salgadinhos que vende que a aposentada Iara Conceição Gonçalves, de 67 anos, tem conseguido equilibrar parte de suas dívidas. O último salário que recebeu, dia 12 de junho, foi o do mês de abril.
— Faço bolo, docinho e salgadinho, mas não tem aparecido encomenda e eu não estou tendo material para trabalhar. Às vezes, a pessoas dá 50% do valor adiantado para eu comprar o material — lamenta Iara, que está com dois números de telefone cortados e a conta luz atrasada.
A aposentada também se mostrou decepcionada com a administração de Washington Reis, que ela diz ter ajudado a eleger:
— Votei e confiei nele. Pensei que a administração dele fosse ser igual ou melhor do que a anterior.
Para a pensionista Eliane Santana Rodrigues da Cruz, de 55 anos, a salvação tem sido o trabalho como cuidadora de idosos. Viúva de um médico há 15 anos, ela enumera as contas que estão atrasadas: luz, condomínio e faculdade do filho.
— Ele demora mais de 50 dias para pagar nosso salário. Pagou abril dia 7 de junho. Não recebi maio, junho nem o décimo terceiro de 2018. Se não fosse esse bico, estaria desesperada. É o que dá para comer — desabafa Eliane.
A pensionista Eliane Santana disse que trabalha como cuidadora de idosos para se manter Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo |
A professora aposentada Deuzi José de Santana, de 65 anos, lecionou durante três décadas em Duque de Caxias. Hoje, atende em casa como fisioterapeuta.
— Mas não dá para pagar tudo com esse dinheiro. Meu marido só ganha um salário mínimo. Acho que deviam ter mais respeito com quem dedicou sua vida a essa cidade. Nós, inativos, trabalhamos muito. Não esperava que fosse me aposentar nessa situação — afirma a professora, que destaca ainda o sofrimento de outros colegas:
— Nossa situação é um pouco melhor. Temos que fazer vaquinha para ajudar professores que estão passando necessidades.
É com a venda de bolos, docinhos e salgadinho que Iara Gonçalves paga algumas contas Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo |
A professora aposentada Deuzi José de Santana, de 65 anos, lecionou durante três décadas em Duque de Caxias. Hoje, atende em casa como fisioterapeuta.
— Mas não dá para pagar tudo com esse dinheiro. Meu marido só ganha um salário mínimo. Acho que deviam ter mais respeito com quem dedicou sua vida a essa cidade. Nós, inativos, trabalhamos muito. Não esperava que fosse me aposentar nessa situação — afirma a professora, que destaca ainda o sofrimento de outros colegas:
Os inativos se reuniram em frente ao instituto de previdência (IPMDC) para fazer um protesto Foto: Bruno Kaiuca / Agência O Globo |
— Nossa situação é um pouco melhor. Temos que fazer vaquinha para ajudar professores que estão passando necessidades.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que “desde que assumiu o governo, em janeiro de 2017, o prefeito Washington Reis vem fazendo um grande esforço orçamentário para colocar todas as contas da prefeitura em dia, acertando prioritariamente as dívidas com o funcionalismo”. A nota diz ainda que “apesar de todas as dificuldades, já foram pagas as quatro folhas em atraso da antiga gestão”.
Também ontem, a prefeitura afirmou que começou a pagar a folha referente ao mês de maio dos aposentados e pensionistas. Já em relação ao 13º de 2018, a administração “pagou o percentual de 55,89% do quantitativo de pessoas constantes na folha” e que, por determinação de Reis, “o pagamento dos funcionários tem sido tratado como a principal prioridade do governo”. Novos pagamentos serão feitos nos próximos dias, até que todo o funcionalismo tenha recebido, completa a nota.
Via Extra
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