DUQUE DE CAXIAS - Representantes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ) acredi...
DUQUE DE CAXIAS - Representantes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ) acreditam que uma reconstituição das mortes das primas Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Rodrigues Santos, 7, é fundamental para uma possível elucidação do caso.
As meninas foram baleadas em dezembro do ano passado enquanto brincavam na porta de casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Testemunhas afirmaram à polícia que viram um disparo ser feito de uma viatura da Polícia Militar que passava próximo ao local, mas em depoimento todos os cinco PMs no veículo negam ter atirado.
Uma perícia feita nas armas recolhidas com os policiais constatou que o disparo que matou as crianças partiu de um fuzil calibre 762. Entretanto, não foi possível determinar se o tiro partiu de uma das armas dos três PMs que naquele dia portavam um fuzil do mesmo calibre.
Considerando que até o momento há mais dúvidas do que respostas sobre o crime, a defensora pública Carla Vianna, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, acredita que uma reprodução simulada poderá trazer esclarecimentos sobre a dinâmica do caso.
"Vai ser possível saber de onde e para onde a viatura se deslocava. [Também] Tentar entender como ficou caído o corpo da Emily, que pode dar um bom cenário para demonstrar a direção do disparo, e se isso é coerente com o depoimento das testemunhas", afirmou Vianna.
Na análise do advogado Rodrigo Mondego, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, já é possível ter uma noção de onde partiu o tiro pela forma como estava caído o corpo de uma das meninas. Ele crê que o disparo veio no sentido do asfalto, onde estava a viatura da polícia.
"O que dificulta agora é entender a motivação. Segundo a família, a avó, a mãe da Rebecca e outras três testemunhas viram [o tiro] partir de lá. O que não se sabe até agora foi a motivação. É a grande incógnita", ponderou.
Por enquanto, segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara, que investiga o caso, não há uma data prevista para a reconstituição do crime.
Laudo inconclusivo
Treze dias depois do crime, a perícia da Secretaria de Polícia Civil do RJ analisou a bala encontrada no corpo de Rebecca, mas o laudo foi "inconclusivo". O resultado descartou a possibilidade de a bala ter saído de um fuzil calibre 556, como mostrou uma reportagem da TV Globo.
O documento indicou que o fragmento encontrado no fígado de Rebecca era compatível com um fuzil calibre 762, mas não foi possível afirmar "categoricamente" o calibre da munição.
Ao todo, a Polícia Civil apreendeu seis fuzis com policiais militares para a análise de confronto balístico: quatro de calibre 762 e dois de calibre 556.Um dos fuzis encaminhados para a perícia não tinha sido usado na operação que resultou na morte das meninas.
A Polícia Militar teria alegado que houve um erro de anotação da arma, que depois foi corrigido e o fuzil correto teria sido encaminhado.
Laudo da necropsia
Os laudos de exame de necropsia, obtidos pelo G1, revelaram que Emily e Rebecca morreram após ferimentos em pontos como coração, fígado e cabeça.
Sobre Rebecca, um perito indicou que a criança teve o coração e o fígado atingidos. A bala encontrada no corpo da menina ficou alojada no fígado e o projétil foi guardado pela polícia.
O laudo apresenta como causa da morte de Rebecca a "transfixação" desses órgãos. E, segundo o exame, a menina foi atingida na "região torácica esquerda".
No caso de Emily, o exame aponta que a criança foi atingida na cabeça, sendo apontada como a causa da morte a "ferida transfixante do encéfalo". O laudo indica, ainda, que o tiro que atingiu a criança entrou pela "região frontal direita".
O que diz a polícia
Na data do crime, a Polícia Militar afirmou que uma equipe do 15º Batalhão (Duque de Caxias) patrulhava a Rua Lauro Sodré, na altura da comunidade do Sapinho, quando foram ouvidos disparos de arma de fogo. Segundo a PM, os agentes não dispararam e a equipe "saiu em deslocamento".
"Vai ser possível saber de onde e para onde a viatura se deslocava. [Também] Tentar entender como ficou caído o corpo da Emily, que pode dar um bom cenário para demonstrar a direção do disparo, e se isso é coerente com o depoimento das testemunhas", afirmou Vianna.
Na análise do advogado Rodrigo Mondego, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, já é possível ter uma noção de onde partiu o tiro pela forma como estava caído o corpo de uma das meninas. Ele crê que o disparo veio no sentido do asfalto, onde estava a viatura da polícia.
"O que dificulta agora é entender a motivação. Segundo a família, a avó, a mãe da Rebecca e outras três testemunhas viram [o tiro] partir de lá. O que não se sabe até agora foi a motivação. É a grande incógnita", ponderou.
Por enquanto, segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara, que investiga o caso, não há uma data prevista para a reconstituição do crime.
Laudo inconclusivo
Treze dias depois do crime, a perícia da Secretaria de Polícia Civil do RJ analisou a bala encontrada no corpo de Rebecca, mas o laudo foi "inconclusivo". O resultado descartou a possibilidade de a bala ter saído de um fuzil calibre 556, como mostrou uma reportagem da TV Globo.
O documento indicou que o fragmento encontrado no fígado de Rebecca era compatível com um fuzil calibre 762, mas não foi possível afirmar "categoricamente" o calibre da munição.
Ao todo, a Polícia Civil apreendeu seis fuzis com policiais militares para a análise de confronto balístico: quatro de calibre 762 e dois de calibre 556.Um dos fuzis encaminhados para a perícia não tinha sido usado na operação que resultou na morte das meninas.
A Polícia Militar teria alegado que houve um erro de anotação da arma, que depois foi corrigido e o fuzil correto teria sido encaminhado.
Laudo da necropsia
Os laudos de exame de necropsia, obtidos pelo G1, revelaram que Emily e Rebecca morreram após ferimentos em pontos como coração, fígado e cabeça.
Sobre Rebecca, um perito indicou que a criança teve o coração e o fígado atingidos. A bala encontrada no corpo da menina ficou alojada no fígado e o projétil foi guardado pela polícia.
O laudo apresenta como causa da morte de Rebecca a "transfixação" desses órgãos. E, segundo o exame, a menina foi atingida na "região torácica esquerda".
No caso de Emily, o exame aponta que a criança foi atingida na cabeça, sendo apontada como a causa da morte a "ferida transfixante do encéfalo". O laudo indica, ainda, que o tiro que atingiu a criança entrou pela "região frontal direita".
O que diz a polícia
Na data do crime, a Polícia Militar afirmou que uma equipe do 15º Batalhão (Duque de Caxias) patrulhava a Rua Lauro Sodré, na altura da comunidade do Sapinho, quando foram ouvidos disparos de arma de fogo. Segundo a PM, os agentes não dispararam e a equipe "saiu em deslocamento".
Via G1
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