Passageiros dos trens da SuperVia na Baixada Fluminense tiveram uma segunda-feira marcada por atrasos e dor de cabeça. O ramal Saracuruna e ...
Passageiros dos trens da SuperVia na Baixada Fluminense tiveram uma segunda-feira marcada por atrasos e dor de cabeça. O ramal Saracuruna e as extensões Vila Inhomirim e Guapimirim tiveram a circulação suspensa por causa de um problema técnico na estação Vigário Geral, num trem que saía de Gramacho para a Central do Brasil, às 5h15. Ao todo, 37 estações foram paralisadas.
Após o problema, os passageiros tiveram que tentar chegar ao trabalho de ônibus, já que a operação só foi normalizada às 16h. Segundo os usuários, os atrasos nos ramais da região são rotina, principalmente nos de Saracuruna, Gramacho e Belford Roxo.
Segundo a concessionária, problema aconteceu no pantógrafo (dispositivo no topo da locomotiva, que a alimenta com corrente elétrica). Morador de Saracuruna, em Caxias, Mario Luis Matias, de 61 anos, ia para Triagem, mas acabou desistindo depois do atraso.
— Não vou trabalhar hoje. Todo dia está ruim, irregular ou atrasado. Na pandemia ainda reduziram os trens, e aglomerou mais ainda. O serviço só piora. Você paga a passagem e fica lá dentro da estação, travado. Várias vezes já recebi esse papel que eles dão no lugar da passagem — afirma.
Moradora de Gramacho, em Caxias, Susy Jordão, de 56 anos, trabalha na Taquara e no Recreio, na Zona Oeste do Rio, e sofre com atrasos:
— São constantes. Todo dia tem problema nesses trens. Pelo preço, deveria ser melhor — desabafa Suzy, relatando ainda que precisa descer na Penha, na Zona Norte do Rio, e pegar um BRT para chegar ao trabalho.
Moradora de Madureira, na Zona Norte do Rio, a professora Emanuelle Melo, de 34 ano, trabalha em Belford Roxo todos os dias e diz que já sai de casa contando com intervalo de atraso do trem.
— O normal dele é estar atrasado. O intervalo já é longo, e quando demora muito eles tiram um trem do horário que atrasou. Toda vez que eu chego atrasada no trabalho é por causa do trem — conta a professora.
No Ramal Belford Roxo, a situação se repete. Maria da Conceição, de 62 anos, moradora de Parque São Vicente, em Belford Roxo, chegou a perder um emprego por causa de atrasos dos trens do ramal.
— Tem dia que quebra, tem dia que está muito cheio... Deixam a gente no meio da rua para procurar ônibus. De vez em quando tem tiroteio e para tudo. Já perdi até emprego por causa disso — conta Maria, que cuidava de um idoso no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio.
A SuperVia não esclareceu o motivo dos atrasos constantes relatados pelos usuários, apenas disse que as operações podem sofrer alterações por ocorrências externas, como furtos e vandalismo, ou por causa de manutenções programadas.
Passagem vai ter aumento de 90 centavos
E mesmo com tantos prolemas, a passagem dos trens vai aumentar no dia 1 de julho. Agora, que hoje custa R$ 5, passará para R$ 5,90. A justificativa da SuperVia para o reajuste adotar uma medida para conter a crise gerada pela pandemia, “que impôs alto custo operacional e de manutenção do sistema ferroviário ao mesmo tempo em que o número de passageiros caiu”.
Mesmo assim, os passageiros não estão nada satisfeitos com o reajuste e, principalmente, o serviço prestado. Até celebridade da Baixada resolveu reclamar da medida. Ontem, a iguaçuana e vice-campeã do “Big Brother Brasil 21”, Camilla de Lucas se assustou com o aumento de 90 centavos.
“Eu nao vi se teve reajuste na passagem do trem, porque até ano passado eu tava andando de trem, gente. Joguei aqui no Google agora para ver a passagem de trem no Rio e vai para R$ 5,90 em julho. R$ 5,90!”, espantou-se ela.
Ela lembrou que até pouco tempo ia de trem para a casa do seu namorado, Matheus, e que pegava vagões cheios e mal conservados.
“Sei muito bem como é o trem do Rio de Janeiro. A janela toda quebrada e sem falar que não tem nem espaço direito. Aumenta o preço do trem e não bota mais trem para ciircular. Fica todo mundo espremido. Meu amor, quando eu ia para a casa do Matheus e pegava o trem ramal Japeri, descia em Deodoro, e de Deodoro para Santa Cruz, você entra no trem 5h da tarde e é espremido. O povo te empurra para entrar. Quando você entra, não tem lugar para sentar. E todo mundo com o braço pro alto. Se você tira o pé do chão, não coloca mais. E paga R$ 5,90 para ir assim”, lamentou a ex-BBB.
Via Extra
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