Familiares e amigos realizam buscas, há 15 dias, para encontrar o paradeiro da adolescente Emanuelle de Jesus dos Santos, de 14 anos, que de...
Familiares e amigos realizam buscas, há 15 dias, para encontrar o paradeiro da adolescente Emanuelle de Jesus dos Santos, de 14 anos, que desapareceu, após sair de casa, na Vila São Luis, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
De acordo com familiares, Emanuelle teria informado, através de um aplicativo de mensagens, que saiu para um suposto encontro com uma amiga, marcado pelas redes sociais, às margens da Rodovia Washington Luís, de onde seguiria para a Região Serrana do Rio.
A informação, no entanto, ainda está sendo apurada pela polícia, que investiga as circunstâncias do sumiço. A adolescente vestia casaco vinho, calça jeans, chinelos. Ela levava uma mochila rosa e portava o aparelho celular, que foi desligado.
Conforme familiares, Emanuelle está matriculada em uma escola da região, mantinha a rotina de estudos e não vinha apresentando mudanças de comportamentos. A adolescente não apresentava problemas de saúde, tampouco faz uso de drogas ou remédios controlados.
“A rotina da minha filha é ficar em casa, estudar e navegar na Internet. O único problema é o excesso de tempo nas redes sociais. É uma menina inteligente e comunicativa. Ela já saiu outras vezes, mas sempre retornava ou enviava mensagens, em caso de demora. Estou nervosa, pois ela está muito tempo fora e, caso seja confirmado esse encontro pela Web, saber com quem ela está”, disse, emocionada, a cuidadora de idosos, Ivanir Maria de Jesus, de 48 anos.
Investigações- O caso foi registrado na 59ª DP (Caxias) e será encaminhado para o Setor de Descoberta de Paradeiros (SDP), na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.
Casos de desaparecimentos de adolescentes têm maior número de registros, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 1.281desaparecimentos, de janeiro a abril de 2021, no Estado do Rio de Janeiro. Contudo, segundo o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o sumiço de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 29% dos casos registrados, sendo o maior índice relativo no universo da pesquisa, que abrange cerca de 27 mil casos relatados.
Inexperiência e aliciamentos pelas redes sociais elevam os riscos dos sumiços
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais. Portanto, o imaginário coletivo da aventura bem sucedida e o ‘prazer’ momentâneo pela ausência da ‘lei’, representada pelos pais, colocam os adolescentes em um limbo, entre o lazer e a tragédia, conforme, explicam os especialistas.
“Quando o imaginário ganha forma, os adolescentes não medem as consequências e preferem a aventura. Nesses casos, os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para evitar essas aventuras e os desaparecimentos”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.
Por Charles Rodrigues
Via O Dia
COMENTÁRIOS