Turista americano morreu atropelado na Baixada ao tentar encontrar mulher conhecida no Carnaval

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu e encaminhou ao Ministério Público, na última sexta-feira (11), o inquérito sobre o desaparecimen...

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu e encaminhou ao Ministério Público, na última sexta-feira (11), o inquérito sobre o desaparecimento e a morte do professor de inglês americano Sam Louis Bindler, de 34 anos. O turista, que veio ao Rio para o Carnaval, morreu atropelado ao tentar atravessar a Rodovia Washington Luís (BR-040) na Baixada Fluminense.

Imagens de câmeras de segurança da Concer, a concessionária que administra a rodovia, registraram o momento do acidente. O vídeo mostra Sam atravessando a pista, onde a velocidade máxima permitida é de 110 km/h e a travessia de pedestres é proibida, devendo ser feita apenas por passarelas.

Nas imagens, Sam cruza a primeira metade da rodovia e sobe na grade de proteção que fica sobre a mureta central. Segundos depois, ele parece saltar ou cair para o outro lado da mureta e é atingido lateralmente por um carro que segue viagem sem reduzir a velocidade. O turista é arremessado e cai no asfalto, no acostamento. O acidente ocorreu pouco antes da meia-noite do dia 9 de março.

A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu que a morte de Sam foi um acidente, resultante da tentativa de pular a grade, o que o fez perder o equilíbrio e ser atropelado. A delegada Danielle Bulus, da Deat, explicou que houve uma "conjunção de dois fatores: a queda da grade e o atropelamento", e que o ferimento da queda pode ter sido agravado pelo impacto do carro.

O motorista do veículo que atropelou Sam ainda não foi identificado e poderá responder por homicídio culposo e possível omissão de socorro. "Enviamos o relatório ao MPRJ e continuamos em busca do motorista do veículo que atropelou o americano. Investigamos uma possível omissão de socorro e homicídio culposo — sem a intenção de matar", afirmou a delegada Bulus.

Encontro em São João de Meriti com mulher conhecida no Carnaval

O inquérito policial revelou que Sam Bindler estava em São João de Meriti para se encontrar com uma mulher que havia conhecido durante um bloco de Carnaval na Pedra do Sal, no Centro do Rio, no dia 2 de março. Eles se encontraram novamente no dia 7, passando por diversos pontos turísticos do Rio antes de seguirem para um motel na Baixada Fluminense, onde passaram a noite. No dia seguinte, se despediram.

A mulher relatou em depoimento que eles continuaram se comunicando e marcaram um novo encontro para o dia 8 de março, às 20h, em São João de Meriti. Sam ligou para ela pouco antes das 22h, convidando-a para um bloco, mas ela recusou. Eles combinaram de se ver no dia 9, mas pararam de trocar mensagens. A mulher enviou uma mensagem para Sam pouco depois da meia-noite do dia 9, mas ele não respondeu.

Tentativa de sacar dinheiro em posto levou à travessia perigosa

Segundo a Deat, por volta das 23h do dia 8 de março, Sam foi ao Parque Duque, em Duque de Caxias, e tentou se hospedar no mesmo motel da noite anterior. Ao tentar pagar a diária com PIX, foi informado de que o estabelecimento só aceitava dinheiro ou cartão de crédito.

Um funcionário do motel orientou Sam a ir a um posto de gasolina próximo para sacar o valor, indicando um viaduto a dois minutos de distância para cruzar a rodovia. Imagens de segurança mostram Sam deixando o motel, que ficava do outro lado da BR-040, onde ocorreu o atropelamento.

Um funcionário da Concer que participou do socorro relatou que Sam estava consciente e disse que voltava de uma festa. Ele apresentava um corte profundo nas nádegas e sangrava muito, contando que tentou escalar a grade para atravessar a pista, se desequilibrou, caiu e foi atropelado.

Sam foi levado ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde passou por cirurgia, mas faleceu na manhã do dia 9 de março. O laudo de necrópsia do IML de Duque de Caxias apontou como causa da morte "hemorragia interna e externa; laceração do períneo com lesão vascular e fratura do sacro e ilíaco".

Com base nas evidências, a Deat concluiu que a morte de Sam foi um acidente e encaminhou o caso para o Ministério Público do Estado (MPRJ).